voltarei na primavera
tu nada disseste
sequer uma torta palavra
apenas seguiste
minha estranheza engraçada
quando nossas largas passadas
pisaram fofas
nossos corpos inclinados
desprovidos de roupas
projetados à frente
cruzaram a rua dos tempos
sobre os tetos das casas
sobre pessoas e plátanos
carrossel de hologramas
luzes furtadas das coisas
daquele lugar
para o próximo encontro
deixo flores perfumadas
no parapeito da tua janela
entremeadas pela trepadeira
logo te chamo num sonho
com cores de primavera
sacharuk