quid pro quo
cruzou águas imensas
deitada na sua canoa
desenhou com o dedo
mil promessas
riscadas nas nuvens
havia vazio em seu meio
uma vertigem
certa dor um receio
não era medo
horizonte quebrado
esse vazio tinha nome
tinha cor tinha cheiro
abria sombras aladas
para voar com as garças
ela viu de tão perto
que o nada é o nada
e que todo o nada
esvazia repleto
transborda tão cheio
de vazios incompletos
sacharuk