
Exemplo:
Faltavam-lhe palavras. Ela bem queria que jorrassem de qualquer inesgotável fonte, somente as boas, já que as más ela relegara aos quintos da moralidade. Sabia que as palavras são como aquela poeira reunida semanalmente sobre o rack do televisor, a qual ela limpa com ardor e sofreguidão.
Talvez fosse conveniente abrir a grande janela da sala e espiar a rua. Seu pobre gato Divino não fala e nem lê, contudo não é cego. Acomodaria-se sobre o parapeito para observar as histórias diversas e que não lhe dizem respeito desfilando pelo passeio público. Possivelmente sua imaginação felina complementasse a narrativa urbana. Mas ela também não queria saber que, no fundo, o problema era outro e, novamente, dispensara outra ideia pictórica flamejante de falos e bocetas. As palavras, sempre elas, a incomodavam às raias da agressão. A humanidade perdeu-se do caminho e eu estou contaminada, justificava ela. Naturalmente, manteve a janela fechada.
Voltou logo ao quarto, recolheu a bíblia sagrada de cima do criado mudo e abriu numa passagem qualquer. Nos versículos jaziam as mesmas velhas palavras que, todos os dias, a curavam de si mesma.
(fragmento de um texto censurado – sacharuk)
O discurso indireto é definido como o registro da fala da personagem sob influência por parte do narrador. Nesse tipo de discurso, os tempos verbais são modificados para que haja entendimento quanto à pessoa que fala. Além disso, costuma-se citar o nome de quem proferiu a fala ou fazer algum tipo de referência. Neste tipo de discurso narrativo o narrador interfere na fala da personagem. Este conta aos leitores o que a personagem disse, no entanto o faz na 3ª pessoa. O narrador utiliza as suas próprias palavras para reproduzir a essência das falas das personagens, atuando como intermediário, reproduzindo também as reações e a personalidade delas. Também é sem travessão.
É introduzido por verbos de elocução, ou seja, através de verbos que anunciam o discurso, como: dizer, perguntar, responder, comentar, falar, observar, retrucar, replicar, exclamar, aconselhar, gritar, murmurar, entre outros. Esses verbos de elocução aparecem seguidos das conjunções que ou se, separando a fala do narrador da fala da personagem.
Exemplo: logo, ela desdenhou do orador concordando ironicamente com aquele absurdo. Sorriu sem vontade e balançou a cabeça em tom afirmativo sem tirar os olhos do chão.
Faltavam-lhe palavras. Ela bem queria que jorrassem de qualquer inesgotável fonte, somente as boas, já que as más ela relegara aos quintos da moralidade. Sabia que as palavras são como aquela poeira reunida semanalmente sobre o rack do televisor, a qual ela limpa com ardor e sofreguidão.
Talvez fosse conveniente abrir a grande janela da sala e espiar a rua. Seu pobre gato Divino não fala e nem lê, contudo não é cego. Acomodaria-se sobre o parapeito para observar as histórias diversas e que não lhe dizem respeito desfilando pelo passeio público. Possivelmente sua imaginação felina complementasse a narrativa urbana. Mas ela também não queria saber que, no fundo, o problema era outro e, novamente, dispensara outra ideia pictórica flamejante de falos e bocetas. As palavras, sempre elas, a incomodavam às raias da agressão. A humanidade perdeu-se do caminho e eu estou contaminada, justificava ela. Naturalmente, manteve a janela fechada.
Voltou logo ao quarto, recolheu a bíblia sagrada de cima do criado mudo e abriu numa passagem qualquer. Nos versículos jaziam as mesmas velhas palavras que, todos os dias, a curavam de si mesma.
(fragmento de um texto censurado – sacharuk)
O discurso indireto é definido como o registro da fala da personagem sob influência por parte do narrador. Nesse tipo de discurso, os tempos verbais são modificados para que haja entendimento quanto à pessoa que fala. Além disso, costuma-se citar o nome de quem proferiu a fala ou fazer algum tipo de referência. Neste tipo de discurso narrativo o narrador interfere na fala da personagem. Este conta aos leitores o que a personagem disse, no entanto o faz na 3ª pessoa. O narrador utiliza as suas próprias palavras para reproduzir a essência das falas das personagens, atuando como intermediário, reproduzindo também as reações e a personalidade delas. Também é sem travessão.
É introduzido por verbos de elocução, ou seja, através de verbos que anunciam o discurso, como: dizer, perguntar, responder, comentar, falar, observar, retrucar, replicar, exclamar, aconselhar, gritar, murmurar, entre outros. Esses verbos de elocução aparecem seguidos das conjunções que ou se, separando a fala do narrador da fala da personagem.
Exemplo: logo, ela desdenhou do orador concordando ironicamente com aquele absurdo. Sorriu sem vontade e balançou a cabeça em tom afirmativo sem tirar os olhos do chão.
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