manto
escrevi poesia dos tempos
fiz marola dos ventos
lancei sinais de fumaça
em rimas pobres
não me cobres
dores de esperança
dores de desgraça
se só concretei
os signos que inventei
nos bytes do documento
dos males fiz lamento
dos lamentos fiz troça
estrangulei estrofes
tal rapinagem das aves
profetizei nas conclaves
furei os olhos da crença
vi a morte pelos cantos
lavei a honra na vingança
mas escrever não me cansa
nos versos eu tenho recanto
a letra na ponta da lança
e a poesia é meu manto
sacharuk