ela partiu
a lua era minha amiga
meus sonhos contei a ela
vivi tantas noites
e mais outras tantas
contemplando da janela
aquela batata amarela
amizades são assim mesmo
tal amuletos da sorte
astros apontam o norte
e a luz é astro iluminado
diga-se de passagem
inspirou minhas viagens
entidade transcendental
meu satélite natural
nas noites insanas
na pele de Branca
Morgana
Maria
Joana
e agora estou magoado
meio ressentido
vivo contrariado
pois a Lua
certa hora
deciciu ir embora
justo o que eu não queria
ficamos só eu
e a minha poesia
sacharuk
A poesia delira ao diapasão e, logo, intenta aos acordes da lira. Poesia que tanto descreve saliva de beijo, bem como a imagem do pensador com o queixo poisado nos dedos. Poesia pode andar no eixo para não ouvir queixa, mas pode andar fora e criar desavenças. Há poesia das crenças, poesia do lixo, poesia pretensa, poesia das gentes, poesia dos bichos. Ela é o amálgama do mundo, verte por tudo. É ofício dos nobres, sedução dos espertos, marofa dos pobres e sina dos vagabundos. Também vive escondida na língua dos analfabetos. Poesia é isso tudo e mais outro tanto, no entanto, poesia não é absurdo. Absurdo é querer-se mudo; absurdo é querer-se surdo; absurdo é querer-se cego. (Tudo e mais outro tanto - sacharuk)

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