A poesia delira ao diapasão e, logo, intenta aos acordes da lira. Poesia que tanto descreve saliva de beijo, bem como a imagem do pensador com o queixo poisado nos dedos. Poesia pode andar no eixo para não ouvir queixa, mas pode andar fora e criar desavenças. Há poesia das crenças, poesia do lixo, poesia pretensa, poesia das gentes, poesia dos bichos. Ela é o amálgama do mundo, verte por tudo. É ofício dos nobres, sedução dos espertos, marofa dos pobres e sina dos vagabundos. Também vive escondida na língua dos analfabetos. Poesia é isso tudo e mais outro tanto, no entanto, poesia não é absurdo. Absurdo é querer-se mudo; absurdo é querer-se surdo; absurdo é querer-se cego. (Tudo e mais outro tanto - sacharuk)

segunda-feira, 27 de julho de 2020
maria das dores
maria das dores
desata-te das dores
maria
expulsa a amargura
para longe do barraco
se amor não tem poesia
só pode ser simulacro
a vida não deve ser dura
o brilho não deve ser fraco
inventa outro dia
maria
de um amor singular
amor que ocupa espaços
amor que dança
amor companhia
que conduz os teus passos
depois canta
o tanto que pode ser vasto
o mesmo amor que te mata
é o que estende o braço
onde vais descansar
sacharuk
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