Militância
-O trabalho é fácil: você vai militar no facebook. Consiste em compartilhar posts mentirosos e denegrir os opositores. Moleza. Até criança faz.
-Mas, dona Gleisi, se alguém perguntar algo que eu não sei? O que eu faço?
-Sabe dizer: não vai ter golpe? Sabe? Então diz aí.
-Sei, "não vai ter golpe"
-Isso, perfeito. Então repete isso sem parar. Não vai precisar dizer mais nada.
-Mas se o coxinha insistir? Tem uns que insistem.
-Se o coxa insistir tu cospe nele
-Cuspir pela internet?
-É, acho que não dá. Então diz "não vai ter golpe"... fica repetindo. No fim do dia te trago um pão com mortadela
-E os trinta paus, a senhora vai trazer também?
-Não dá, o diretório está com dificuldades. Roubaram o cofre.
-Então acho que não vou querer o trabalho, dona Gleisi.
-Seu fascista, reaça! Você tem nojo de pobre, elite branca!
sacharuk
A poesia delira ao diapasão e, logo, intenta aos acordes da lira. Poesia que tanto descreve saliva de beijo, bem como a imagem do pensador com o queixo poisado nos dedos. Poesia pode andar no eixo para não ouvir queixa, mas pode andar fora e criar desavenças. Há poesia das crenças, poesia do lixo, poesia pretensa, poesia das gentes, poesia dos bichos. Ela é o amálgama do mundo, verte por tudo. É ofício dos nobres, sedução dos espertos, marofa dos pobres e sina dos vagabundos. Também vive escondida na língua dos analfabetos. Poesia é isso tudo e mais outro tanto, no entanto, poesia não é absurdo. Absurdo é querer-se mudo; absurdo é querer-se surdo; absurdo é querer-se cego. (Tudo e mais outro tanto - sacharuk)

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