ela ama as coisas
que assaltam os poros
que perfuram sua pele
que voam ultraleve
mesmo na queda dura
ela ama as rosas
e também os espinhos
a dor e a textura
das entregas deliciosas
límpida laguna
para mergulhar
poesia dos desadornos
que declama sem ar
os cumes do seu corpo
a ilha entre suas pernas
versos brancos desabrocham
suplicam que os contemplem
ela ama os acordes
sinfônicos de violino
os dedos finos
quedam seus lóbulos
poisam em seus lábios
ela ama a mão hábil
espalmada em sua nuca
que um verso adentre
destrave os seus dentes
entreabra sua boca
explore recônditos
gengiva e língua
poesia dos desadornos
que expande e amingua
desenha contornos
ao entorno das dunas
rosas brancas desabrocham
suplicam que as contemplem
sacharuk
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