insetos no caderno
há insetos no caderno
páginas envergadas
licor sépia derramado
colore palavras soltas
atmosfera de esperança
perdida
folhas poisadas pelas vespas
dilaceradas pelas cortadeiras
rabiscos afogados
na vertente das mágoas
entre alegrias envelhecidas
insetos no caderno
circundam manchas
sobrevoam os resíduos
dos insanos registros
poesia ébria embebida
na doçura esparramada
memórias cagadas pelas moscas
conformadas rimas açucaradas
em contornos de caneta
outono das letras
primavera das baratas
insetos roem o viço
dos poemas escritos
no verão
sacharuk
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