Epílogo
Oremos!
Pelas almas que padeceram
Diante a última hecatombe
Pela poeira e desgraça
Beijando as couraças das faces
Por cada ponta do rosário manchada
Com sangue e lama
Ao preço de joias magmáticas
Não há mais ninguém para erguer
Bandeiras brancas ou levantar
As mãos aos céus
E suplicar aos cavaleiros
Que dançam sob o arrebol
Bonança, aurora e alívio
Oremos pelas flores pisadas
No caminho da ganância,
Pela morte da lucidez humana
Em campos tortuosos da desonra
Oremos,
Pelas vidas
Pelo carma
Pelas almas!
Tim Soares
A poesia delira ao diapasão e, logo, intenta aos acordes da lira. Poesia que tanto descreve saliva de beijo, bem como a imagem do pensador com o queixo poisado nos dedos. Poesia pode andar no eixo para não ouvir queixa, mas pode andar fora e criar desavenças. Há poesia das crenças, poesia do lixo, poesia pretensa, poesia das gentes, poesia dos bichos. Ela é o amálgama do mundo, verte por tudo. É ofício dos nobres, sedução dos espertos, marofa dos pobres e sina dos vagabundos. Também vive escondida na língua dos analfabetos. Poesia é isso tudo e mais outro tanto, no entanto, poesia não é absurdo. Absurdo é querer-se mudo; absurdo é querer-se surdo; absurdo é querer-se cego. (Tudo e mais outro tanto - sacharuk)

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