Como quem recebe a brisa
Recebo-te como quem recebe a noite
Recebo-te como quem recebe a noite
de lua adversa purpurinada de estrelas
solícita em líquidos aromando a calma
banhada em luzes, entregas e tulipas
vestida de pele e pelos e esse olhar ileso
aceso incenso em fragrante delito
Silente e, devotada, aspiro tuas rezas
embebendo o rito, perfumo o vínculo
entre a boca e o verso, espaço estreito,
disperso o vento que o alvorecer divisa
dispenso a prece, o verbo e te ajeito
no vão difuso entre o peito e o gesto
- recebo-te como quem recebe a brisa -
- Lena Ferreira -
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