Navegar é preciso
Pois o poeta não vive
Sem flutuar
Sem decifrar o mistério da órbita
É preciso
Pois a verve é veloz
Voa como pássaro
É preciso
Pois o poeta
Não tem lar
O poeta é do mundo
Assim como seus versos
E seus desejos de gozo
Navegar é preciso
Mesmo que não haja
Uma única gota d’água
(Tim Soares)
A poesia delira ao diapasão e, logo, intenta aos acordes da lira. Poesia que tanto descreve saliva de beijo, bem como a imagem do pensador com o queixo poisado nos dedos. Poesia pode andar no eixo para não ouvir queixa, mas pode andar fora e criar desavenças. Há poesia das crenças, poesia do lixo, poesia pretensa, poesia das gentes, poesia dos bichos. Ela é o amálgama do mundo, verte por tudo. É ofício dos nobres, sedução dos espertos, marofa dos pobres e sina dos vagabundos. Também vive escondida na língua dos analfabetos. Poesia é isso tudo e mais outro tanto, no entanto, poesia não é absurdo. Absurdo é querer-se mudo; absurdo é querer-se surdo; absurdo é querer-se cego. (Tudo e mais outro tanto - sacharuk)

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