NO SEIO DA TARDE
Há um pássaro miúdo pousado no seio
Há um pássaro miúdo pousado no seio
da tarde que, esticada em agitadas esperas,
estende os seus longilíneos olhares
além do futuro em ansiosas revistas
A ave, roçando as asas na derme do tempo,
atrasa os seus passos, dispersando o vento
e, aproveitando um átimo entre abstrações,
subtrai, silente, o peso das previstas penas
A tarde se deita, então quase tranquila,
e, debruçada em consideráveis reflexões
adormece coberta pelas esperas amenas
enquanto o pássaro expira miúdo seu canto
- Lena Ferreira -
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