Nenhum Roberto
Eu, coisa
Uma coisa qualquer
Coisa disforme, incolor
E acho até que não tenho sabor
E se o tiver
Não há de ser dos melhores
Não tenho bandeira
E nem uma crença que me roube a razão
Não rimo com coisa alguma
Não sou sinal de sangue
E nem tatuagem
Não sou nenhum Roberto
Mas ás vezes, chego perto!
Tim Soares
A poesia delira ao diapasão e, logo, intenta aos acordes da lira. Poesia que tanto descreve saliva de beijo, bem como a imagem do pensador com o queixo poisado nos dedos. Poesia pode andar no eixo para não ouvir queixa, mas pode andar fora e criar desavenças. Há poesia das crenças, poesia do lixo, poesia pretensa, poesia das gentes, poesia dos bichos. Ela é o amálgama do mundo, verte por tudo. É ofício dos nobres, sedução dos espertos, marofa dos pobres e sina dos vagabundos. Também vive escondida na língua dos analfabetos. Poesia é isso tudo e mais outro tanto, no entanto, poesia não é absurdo. Absurdo é querer-se mudo; absurdo é querer-se surdo; absurdo é querer-se cego. (Tudo e mais outro tanto - sacharuk)

Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário