alforria das minhocas
no mundo encantado das letras
habitam tantos e tantos poetas
alguns poucos tanto eloquentes
outros tantos tanto estetas
mergulhados na água bem quente
da poesia que ferve a catarse
quem dera de mim eu falasse
às dores eu viro a face
a minha praia é outra
não sou poeta do tipo
que escreve o que vive
ou que vive o que escreve
mas do tipo que junta
o arquivo e a verve
risco versos no incremento
que pedem por adesão
qualquer insano argumento
é muita pretensão!
almejo leitores enamorados
entregues de alma e coração
às razões e ao charme da escritura
com sorte na boca do intento
o poema arrebenta
num dia iluminado
irrompido da ideia infante e pura
ganha mundo
bem parido
chega encaixado no fluxo
viajante de universos utópicos
chega peralta zombando da vida
com intenções desprovidas de luxo
sequer derrames claustrofóbicos
cochila no berço das alucinações
cutuco as teclas no arrebate da ideia
ainda quente eu sirvo à francesa
bandeja colorida de proposições
quando a danada se rende ao ofício
convulsiona a bagunça das incertezas
minhocas escutam lúdicas canções
requebram livres no viés das belezas
sacharuk
Nenhum comentário:
Postar um comentário