acaso chores
moça
acaso chores
dia inteiro
tenho um lenço
e um travesseiro
de pena de ganso
moça
te compro flores
um lírio-bandeira
e dispenso
qualquer brincadeira
qualquer contrassenso
moça
chore os amores
os desvelos
os desenganos
os teus medos
teus desencantos
moça
acaso cantes
canções do Wando
eu não ligo
e fico assoviando
um rock antigo
moça
acaso não queiras
mais desmazelos
fiques comigo
sem segredos
entre amigos
sacharuk
A poesia delira ao diapasão e, logo, intenta aos acordes da lira. Poesia que tanto descreve saliva de beijo, bem como a imagem do pensador com o queixo poisado nos dedos. Poesia pode andar no eixo para não ouvir queixa, mas pode andar fora e criar desavenças. Há poesia das crenças, poesia do lixo, poesia pretensa, poesia das gentes, poesia dos bichos. Ela é o amálgama do mundo, verte por tudo. É ofício dos nobres, sedução dos espertos, marofa dos pobres e sina dos vagabundos. Também vive escondida na língua dos analfabetos. Poesia é isso tudo e mais outro tanto, no entanto, poesia não é absurdo. Absurdo é querer-se mudo; absurdo é querer-se surdo; absurdo é querer-se cego. (Tudo e mais outro tanto - sacharuk)

Nenhum comentário:
Postar um comentário