patético velhaco
o tolo
da imensa alcateia
boboca em pele do lobo
cacto no deserto da ideia
nada mais do que velho bobo
rançoso do arco da velha
bocório elevado ao cubo
cachorro comedor de ovelha
parasita carente de adubo
o bardo
sem uma centelha
é tal discurso bicudo
que rasga o tubo da orelha
chupado no próprio canudo
chuva em teto sem telha
ou cu que engole tudo
sacharuk
A poesia delira ao diapasão e, logo, intenta aos acordes da lira. Poesia que tanto descreve saliva de beijo, bem como a imagem do pensador com o queixo poisado nos dedos. Poesia pode andar no eixo para não ouvir queixa, mas pode andar fora e criar desavenças. Há poesia das crenças, poesia do lixo, poesia pretensa, poesia das gentes, poesia dos bichos. Ela é o amálgama do mundo, verte por tudo. É ofício dos nobres, sedução dos espertos, marofa dos pobres e sina dos vagabundos. Também vive escondida na língua dos analfabetos. Poesia é isso tudo e mais outro tanto, no entanto, poesia não é absurdo. Absurdo é querer-se mudo; absurdo é querer-se surdo; absurdo é querer-se cego. (Tudo e mais outro tanto - sacharuk)

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